Todos sabem que a essência deste blog, não é a de tratar de assuntos sérios. Antes sim, a de com boa disposição, brincar com o futebol, gozar os nossos rivais, atiça-los, rir e um sem numero de coisas, em que chegado o fim do dia, continuamos amigos.
Hoje, no entanto, quero escrever um post mais sério, não sobre o derby, mas sobre alguns tópicos que rodearam este derby e, que a meu ver, deveriam ser a ultima coisa a ser falada, não por a ignorarmos, mas sim por estar ausente. Falo na violência no futebol, seja ela física, seja ela verbal.
O futebol dos nossos dias, chegou a um ponto, em que tudo vale para ganhar, e quando digo tudo, é mesmo tudo.
Há muito que deixei de acompanhar programas desportivos. Aqueles programas em que os 3 grandes se fazem representar por alguém, que de certa forma quem os acompanha se revê neles, os aplaude, e rejubila quando o do seu clube deita o adversário por terra. Deixei de ver porque todos me irritam. Programas como os de antigamente, que passavam no canal generalista, em que eu esperava acordado até de madrugada, para ver os resumos dos jogos, os golos e algumas palavras mais, até nos tempos que correm, metem mais análises teóricas e de arbitragem, do que imagem dos desporto propriamente ditas. Mais uma vez, irrita-me. E irrita-me porque a essência, ou seja, o futebol, desapareceu.
Vi num blog, um sportinguista - podia ser benfiquista ou portista - a colocar um video com o titulo "Dias Ferreira cala porco Benfiquista". Tudo isto porque na discussão referente ao fogo post na Luz, o Dias Ferreira lhe disse, de entre muita merda que normalmente sai por aquela boca fora, que ele deveria estar calado, porque no Benfica também incendiavam autocarros (do porto), entravam nos jogos dos juniores à pedrada (academia do Sporting) e, aqui sim achei gravíssimo o seu comentário, que até tínhamos mortos na consciência! Mas brincamos ou quê? Isto é alguma coisa, que alguém que sabe ser ouvido por milhares, venha dizer para a televisão? Então eu como Benfiquista tenho mortos na consciência. Isto era necessário? Quanto a vocês não sei, mas eu sinto-me insultado. Eu não tenho morte nenhuma na consciência. Que eu saiba, a fatídica morte no estádio nacional de um adepto do Sporting, foi causada por um único individuo, que por acaso até é/era Benfiquista, e que foi apanhado, julgado e condenado. Esse homem sim, tem na consciência uma morte, esse homem sim, é um assassino. Não eu ou o meu clube.
Voltando ao jogo na Luz. Eu sei que aquilo - o incêndio - não é o Sporting enquanto instituição, não é o espelho do comum dos adeptos, e mesmo na claque, não é o espelho de todos, muitos jovens que estão nas claques, só o fazem para acompanhar a equipa dentro de condições economicamente mais viáveis, aquilo é sim, o espelho de alguns (muitos) delinquentes que albergam as claques, normalmente com o delinquente mor a fazer de chefe de claque.
Na minha opinião, o clube tem, não só de se demarcar daquela situação, como também tem de condenar e, até deve ir mais longe e tentar apurar os responsáveis. Isto sim era uma atitude digna de um clube. Mas serve para qualquer clube. É carapuça para todos. Mas nenhum o faz, logo nenhum é digno neste campo.
No mesmo vídeo vi o Dias Ferreira acusar o facto de as claques do SLB serem as únicas não legalizadas. Ora, se não são legalizadas, o clube não pode responder por elas, pois não se reconhece nelas. A do Sporting sendo legalizada, maior se torna a responsabilidade do clube em tentar apurar os responsáveis, uma vez que é reconhecida pelo clube. Contudo, o acto de sábado no estádio da Luz, só vem provar que serve de "porra nenhuma" a legalização das claques. Serve para nada, e a prova disso é que a culpa vai morrer solteira, mais uma vez. No entanto, mesmo que fosse uma claque não legalizada, a responsabilidade do clube, a meu ver deveria ser sempre a mesma. Como afirmo aliás no paragrafo acima.
Eu enquanto Benfiquista, não me revejo em quaisquer actos criminosos, praticados por benfiquistas, repudio-os solenemente e, sentirei vergonha por beliscarem o bom nome do meu Benfica. Mas saberei sempre que não são o meu Benfica enquanto instituição.
Não sei o que procurava o Dias Ferreira com aquelas palavras. Se desviar as atenções, se minimizar o crime de alguns, apontando e comparando com outros crimes, ou, se como eu acho, estava a ser apenas o parvo que sempre foi. Uma coisa é certa. Com este senhor aprendi a a palitar os dentes.
1 comentário:
Sabes que mais amigo Bettencourt, assino por baixo todo o teu post no que diz respeito à nossa visão de lealdade aos nossos clubes. Eu serei fanática se à minha frente aparecer um fanático da oposição mas... Tudo menos irrespoonsabilidade ao ponto da ordinarice e irracionalidade.
Acredita que é muito difícil ser-se assim quando, na família me ensinaram a ver o futebol à maneira do Dias Ferreira ou Dr. Barroso. Já descansa em paz e foi meu Pai a quem nunca consegui mudar a mentalidade. Outros tempos, outras formas de estar na vida.
Eu tenho outra postura que adoptei na minha vida profissional onde respeitei e fui sempre respeitada ao ponto de não conseguir ver os tais programas. Quando passo por lá e vejo tal verborreia cega mudo logo de canal.
Enfim... vês como consegui ler-te?(o fundo é preto e as letras brancas LOL)
Saudações respeitosas de uma leoa que não precisa de jaula
Enviar um comentário