Depois da recente perseguição pela Agência Antidopagem Norte Americana (USADA), e na consequente desistência de Armstrong em comprovar, pela milésima sexta vez a sua inocência, eis que o organismo aparece a dizer qualquer coisa como, "quem cala consente". Ninguém pensou que se calhar o homem está farto de gritar e ninguém o ouve, e por isso desistiu de gritar mais uma vez, vencido pelo cansaço. Não, o ideal é pensar o que convém. Comeu e calou, logo é culpado.
No seguimento da dita desistência, a USADA pede que todas as vitórias de Armstrong lhe sejam imediatamente retiradas, quer no Tour, a mais enigmática das provas, quer nas restantes. Mais ainda, a USADA pede que a vitória de Armstrong na luta contra o cancro lhe seja retirada, e obviamente atribuída ao grande derrotado, o cancro. E assim o grande objectivo dos perseguidores puristas Norte Americanos foi conseguido. Mataram um grande Homem. O problema é que não o mataram só a ele. Mataram com ele o ciclismo para sempre. A hipocrisia é realmente uma "coisa" muito USADA.
Não vou dizer que Armstrong nunca se dopou. Não vou dizer que é inocente. Quero apenas dizer que Armstrong lutou de igual para igual com todos os homens naqueles 7 Tours. Usou as mesmas armas que todo o restante pelotão durante aqueles 7 anos. Foram mais de 600 controlos Anti-Doping ao longo da carreira de ciclista, grande parte deles, se não a maioria mesmo, naqueles 7 Tours. Nunca um controlo deu positivo. Obviamente que isto não significa inocência. Significa no entanto que Armstrong lutava de igual para igual com os restantes adversários, pois os controlos de um, os ele, davam os mesmos resultados dos controlos dos outros, os do restante pelotão. Se havia um que podia contornar o sistema, então os outros podiam também eles o contornar.
Com Armstrong aprendi a gostar de ciclismo. Com ele me maravilhava. Isto apesar de apelar sempre pelo chefe de fila de José Azevedo. Por este facto, de inicio não gostava deste vencedor nato. Mas era a ele, Armstrong, que me rendia. Quando o Português trocou de equipa e foi companheiro de Armstrong, pude finalmente apoiar o campeão, e como me maravilhava com a montanha no Tour, sempre à espera do momento em que Armstrong iria ser atacado, aguentar, para finalmente contra-atacar e dar a estocada final.
Para mim, Armstrong será sempre o vencedor daqueles 7 Tour, independentemente da decisão da UCI.
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